gestão de estoque

Gestão de estoque: como o varejo está vencendo a ruptura com tecnologia

Em um cenário onde cada centímetro de gôndola importa, a gestão de estoque deixou de ser uma função operacional e passou a ser estratégica.

Uma má gestão gera ruptura, desperdício e perda de competitividade — e o consumidor não perdoa.

Mais do que controle de entradas e saídas, gerir estoques significa prever, otimizar, integrar e reagir com inteligência a mudanças de demanda, canais e comportamento de compra.

O que é gestão de estoque?

A gestão de estoque refere-se ao processo de monitoramento, controle e organização dos produtos armazenados por uma empresa.

Seu objetivo é garantir que haja a quantidade certa de produtos disponíveis no momento certo, evitando excessos ou faltas que possam comprometer as operações e as vendas.

Quais são os pilares da gestão de estoque eficiente?

Baseado em práticas de mercado e reforçado por pesquisas da NRF (National Retail Federation), os 4 pilares fundamentais da gestão de estoque moderna são:

1. Previsão de demanda baseada em dados

É impossível gerir bem sem prever bem. Varejistas estão investindo em algoritmos que cruzam histórico de vendas, clima, sazonalidade, promoções e comportamento do shopper.

2. Integração entre canais e estoques

Com a consolidação do omnichannel, o estoque precisa ser tratado como uma rede única — física e digital. A fragmentação dos estoques compromete a operação e a experiência do cliente.

3. Visibilidade em tempo real

O varejo moderno exige decisões ágeis. Visibilidade significa saber o que tem, onde está e em que quantidade — a qualquer momento. Tecnologias como RFID e sensores estão tornando isso possível.

4. Automação e flexibilidade operacional

De pré-venda inteligente à produção sob demanda, varejistas estão apostando em modelos mais ágeis. A automação com inteligência de negócio permite mais precisão e menos desperdício.

Quais são os métodos mais comuns de controle de estoque?

Os 3 métodos mais utilizados — e que você precisa dominar — são:

1. PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair)

Ideal para produtos perecíveis, garante que os itens mais antigos saiam primeiro, evitando perdas.

2. UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair)

Menos usado no varejo, mais comum em ambientes onde o custo mais recente é o mais relevante, como mercados voláteis.

3. Custo Médio Ponderado

Calcula o valor médio dos itens em estoque, equilibrando variações de custo e facilitando a contabilidade.

Além desses, sistemas baseados em inteligência artificial estão ganhando espaço, ajustando reabastecimento automaticamente com base em padrões de consumo em tempo real.

Principais erros na gestão de estoque

  • Falta de padronização entre lojas e canais
  • Apostas em promoções sem análise de impacto no giro
  • Ausência de inventários periódicos e auditoria
  • Não considerar o tempo de reposição do fornecedor
  • Desalinhamento entre marketing e supply chain

Esses erros levam a estoques parados, excesso de capital imobilizado e ruptura no PDV — o trio que mata a margem de lucro.

O que dizem os especialistas sobre o futuro da gestão de estoque?

A National Retail Federation destacou uma verdade incômoda: “O modelo tradicional de gestão de estoque está ultrapassado.”

Principais tendências destacadas:

  • Sistemas preditivos baseados em IA para reduzir rupturas e antecipar picos de demanda
  • Estoque invisível e pré-venda como solução para reduzir perdas
  • Cloud retail systems para sincronização total entre lojas, centros de distribuição e e-commerce
  • Sustentabilidade logística: estoques mais enxutos e produção sob demanda como estratégia ESG

Boas práticas para aplicar hoje

  1. Comece com o que você já tem — use dados históricos para identificar padrões.
  2. Audite seu estoque com frequência — e compare físico x sistema.
  3. Implemente KPIs claros, como taxa de ruptura, giro e cobertura de estoque.
  4. Automatize o reabastecimento em produtos de alta rotatividade.
  5. Treine sua equipe de campo para identificar sinais visuais de falha de execução.

FAQ

Quais são os maiores desafios do controle de estoque no Brasil?

A imprevisibilidade da demanda, a informalidade na execução e a logística descentralizada ainda são entraves para o varejo nacional.

Quais setores mais sofrem com má gestão de estoque?

Alimentos, bebidas, moda e eletrodomésticos, especialmente os com grande variedade de SKUs e sazonalidade alta.

Qual o papel do trade marketing na gestão de estoque?

Fundamental. O trade bem alinhado com vendas e logística antecipa promoções, ajusta exposição e previne ruptura.

Gestão de estoque não é apenas sobre “guardar bem”. É sobre vender melhor.

Quem dominar a arte de prever, controlar e integrar estoques, estará à frente no jogo do varejo.

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